Gregorio Ramon Ayala, 17 anos, que cresceu e vive em um programa da Aldeias Infantis SOS Paraguai, foi escolhido pela Aldeias Infantis SOS Internacional e selecionado pelo Movimento Global pela Criança na América Latina e no Caribe (MMI -LAC) para representar as crianças e jovens da América Latina no lançamento da Aliança Global pelo Fim da Violência contra a Infância, realizado em 12 de julho, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.
Ramon pediu aos governos para protegerem as crianças e os jovens, lamentou que a violência contra a infância não seja um tema novo e pediu por um verdadeiro mundo sem violência. Confira, a seguir, a íntegra de seu discurso:
“É importante reconhecer os esforços da Aliança, ao nos envolver, desde as consultas realizadas até a nossa presença neste evento.
Queremos que entendam a obrigação que têm em nos proteger e que os acordos feitos sejam assumidos pelos governos com ações claras. Não queremos apenas palavras.
O problema da violência contra a infância não é uma notícia nova. Vemos, diariamente, muitas violações contra os nossos direitos em todo o mundo. Mas não entendemos por que continuamos invisíveis para os governos. Por que? Por que ainda pensam que somos objetos e não sujeitos de direitos?
Já estamos cansados de lindas intenções, de assinaturas de convênios e acordos para a foto, enquanto continuamos sendo vítimas de violência. E os atores principais dessa violência são, muitas vezes, as instituições dos governos.
Existem milhões de crianças e adolescentes vítimas de guerras, escravidão, exploração, tráfico, abuso sexual. E outros milhares que crescem em instituições e não têm garantido o seu direito a crescer em família. Do nosso ponto de vista, a garantia dos direitos não é negociável. Os países devem proteger as crianças e adolescentes. Imprescindivelmente.
Vocês têm que cumprir as leis, destinar recursos econômicos e propiciar a participação de crianças e adolescentes nestes espaços. Porque ainda que não votemos para eleger um presidente, estamos em condições de decidir sobre temas que nos afetam.
E como frase final, e isto deixo aos governos e ao mundo inteiro, não queremos que o medo, a fome, a escravidão e a violência façam parte da nossa vida. Por isso, governos e organizações civis, não façam tantas afirmações, mas ações, para que nos abram as portas para um verdadeiro mundo sem violência, que é um mundo livre.” Fonte: Aldeias Infantis SOS Brasil
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